Desde sempre amei a leitura. Na escola, enquanto outros alunos sofriam com as exigidas leituras de obras literárias, eu me deliciava com as páginas dos livros. Meu ex alunos sofreram com esse meu amor pela leitura também.
Eu tenho muitos livros. Muitos mesmo! Tenho orgulho de cada compra feita, embora a leitura da maioria faz parte do meu lindo sonho de poder ler e não fazer mais nada. Cada capa me faz desenhar uma história na cabeça que um dia quero saber se vai ter algo a ver com o que realmente foi escrito.
Poucos livros me causaram desinteresse. Eu acho interessante a forma como cada escritor lida com essa arte. É lógico que alguns livros a gente lê como se comesse chocolate, mas no geral, todos me dão algum prazer.
Aí a gente aprende a ler com os prazeres anexos. Não é só a leitura em si que nos dá prazer, mas sim o passar das páginas, o cheiro da celulose e tinta, a textura da folha… as ilustrações dos livros livros infantis e juvenis que fazem a gente criar uma história na cabeça antes mesmo de ler… o tirar o plástico como se fosse brinquedo novo… Nossa! É tudo delicioso.
Lembro quando assisti no “Bom dia, Brasil”, anos atrás, uma matéria sobre o surgimento dos livros digitais. Achei tão estranho!
E havia um senhor entrevistado que disse que nada substituiria o prazer de passar a página com os dedos. Eu pensei: ele tem toda a razão!
Quando estava na minha fase de viagens (só para constar… a trabalho!) eu sempre levava livros comigo porque desejava aproveitar cada momento livre: a espera pelo ônibus, a solidão do quarto de hotel à noite… Sempre levava um ou dois… ou três, quatro… mais uma postila para concurso (que nunca são finas), mais os apostilados do trabalho, mais os relatórios, mais um caderno, mais um catálogo da NYX… Resultava em um peso e um volume enorme na minha bagagem de mês.
Foi aí que os livros digitais entraram na minha vida. Meu irmão me sugeriu que comprasse um tablet e carregasse tudo dentro dele. Foi amor à primeira palavra! Imaginar que eu poderia carregar quase toda aquela papelada dentro do tablet! Me livrar do volume e peso e mesmo assim ter tudo comigo!
Confesso que na época não pensei na coisa de passar página, cheiro de papel… pensei mesmo foi na praticidade que seria. E foi. Então essa foi a primeira vantagem que achei. Menos espaço ocupado, mais praticidade. Para quem viaja é sem dúvidas importante!
Outra vantagem para mim, é que, os meus livros são todos comprados por mim. Minto. Ganhei três livros do meu irmão querido! Os livros digitais estão disponíveis em ótima qualidade, quantidade e gratuitamente pela internet. Eu baixei logo vários epubs em português e espanhol também. Não sei mesmo quantos livros tenho no meu tablet. Muito mais do que a minha capacidade de ler. Então a disponibilidade, qualidade e gratuidade são vantagens bem bacanas também.
Falando nisso, eu não consigo entender porque, no Brasil, obras digitais têm o mesmo valor que obras impressas! Ironicamente, às vezes mais caras! O leitor no Brasil, compra obras digitais só pela praticidade e pela consciência ambiental, mas por economicidade não. Agora me pergunto: se existe de fato a economia com impressão, papel, maquinário, porque não são mais baratos? Isso só acontece no Brasil!
Já me perguntaram sobre como é ler pelo tablet. Eu digo: normal. Eu consegui livros bem gramatados para a plataforma. As páginas acabam não coincidindo com a versão impressa, mas a leitura é bem agradável em relação à gramatação e distribuição nas páginas. Talvez aconteça com um ou outro que a gramatação não seja adequada à plataforma, isto pensando nas versões gratuitas, mas de fato eu ainda não me deparei com alguma. Os livros que tenho são bem feitos.
Já aconteceu de apostila em PDF ficar mal adaptada, as palavras cortam desordenadamente, poucas palavras em uma página… encontrei uma apenas assim, e não deu para utilizá-la.
Por falar em plataforma, eu tinha a experiência de ler pela tela do computador e acho horrível, desconfortável. Pelo celular até inventei de ler um livro, mas por maior que seja o celular, e tela era menor do que a minha necessidade ocular. Ou eu tinha que aumentar a letra e mudar a posição sempre ou tinha que me esforçar ao máximo para ler letras miúdas. Essas possibilidades são descartadas para mim.
No tablet, de verdade, é como se fosse um livro, letras em tamanho agradável e você passa páginas e não muda posições de página. Claro que pode ainda aumentar e diminuir se necessário, como nos casos dos PDFs. Mas versões epub (para IOS) são ótimas! O tablet ainda dá a vantagem de aumentar ou diminuir o brilho da tela para adaptar à iluminação ambiente. Você pode ler em qualquer hora, lugar e com qualquer iluminação.
Então a versão digital só tem vantagens? Não. Algumas coisas eu não consegui me adaptar, e, acho que não vou conseguir nunca! Por exemplo: estudar. Com qualidade não dá. Até faço aquela leitura básica para levantar o assunto, passar o tempo sem deixar de estudar. Mas estudar, mesmo de fato, para mim, não dá.
Isso porque eu sou sinestésica, eu preciso tocar as coisas para assimilar. Na prática significa que eu preciso grifar, fazer anotações, rabiscar. Mas você pode fazer isso no tablet? Sim posso. Mas não é a mesma coisa. Porque precisa ser a mão, minha letra, a cor que eu decido para o grau de importância e no papel! Quem é sinestésico, como eu, vai entender. Depois desse ritual a gente aprende bem mais.
Então, quando não tem jeito, eu leio a versão virtual e faço resumos, mas ainda assim não é a mesma coisa.
Contudo isso, gente. Por melhor, mais prática, econômica e diversificada que seja a leitura de obras digitais, realmente, nada se compara ao sabor de tirar o livro do plástico, sentir o cheiro de impressão nova… Nada!
E vocês? Preferem o quê? Impresso ou digital?