Já rabisquei o papel mais de uma dezena de vezes, buscando escrever algo sobre ele. Sem sucesso!

Afinal, o que escrever sobre um ser que chorou quando soube que eu já existia, e, chorou, de novo, quando eu chorei pela primeira vez.

Alguém que me acompanhou e se alegrou com minha primeira risada, com minha primeira palavra, ainda que não tenha sido o seu nome. Me ergueu a andar a pé, de bicicleta, a desfilar, a brincar, a estudar, a trabalhar… a viver!

Alguém que lutou para construir nossa casa, assim como meu caráter. Que me ensinou o valor das coisas, das pessoas, dos sentimentos e dos sonhos. Também se preocupou em me mostrar a diferença entre o bem e o mal, me fazendo ter escolhas adequadas, baseadas em seu próprio exemplo.

Me ensinou o que é, e o valor da família. Demonstrou o que é respeito, companheirismo, comprometimento, e… amor. Me deu e me fez família.

Me mostrou o que é ser forte e paciente nas adversidades. Me ensinou a ter fé e esperança.  A lutar contra as dores carnais e emocionais.

Me ensinou o que é confiança em si e nos outros. Me deixou tomar minhas próprias decisões, me fez andar com as próprias pernas, pensar com a minha cabeça, consciente das lições que me deu, e pronto para me segurar, caso eu viesse a fracassar.

O que escrever de alguém responsável por tudo o que sou, o que aprendi e o que vivi?

Acho que tentarei várias vezes, e não encontrarei as palavras certas para falar dele.

Difícil, pai, expressar a dimensão dos sentimentos de respeito, gratidão e amor que sinto pelo senhor. Dizer que é o melhor pai do mundo? Que é o amor da minha vida? Já está cansado de ouvir!

Mas… o que dizer então? A falta das palavras corretas me faz repetitiva mesmo:

Obrigada por existir, pai! Obrigada por me fazer existir. Obrigada por me amar e me deixar amá-lo infinitamente. Obrigada por ser o melhor pai do mundo! Obrigada por tudo!

Eu te amo, pai!